30 abril, 2005

Dói muito o que me fizeste... Eu confiei em ti sem quase te conhecer... Confiei cegamente em ti.
Acho que vou fazer uma saia ou umas calças com um alvo no traseiro. Que pontuação achas que deve ter no centro? Quanto de soube dar-me um pontapé? Soube bem... Deve ter sabido mesmo bem... Deve ter sabido mesmo bem virar as costas a uma pessoa que precisa de ajuda. Pensei mesmo que eras diferente. Criticavas as pessoas que se afastavam dos malucos/diferentes e fizeste o mesmo. Fodam a cabeça da maluquinha, virem-lhe as costas, deem-lhe pontapés na cabeça. Ela gosta, ela precisa... Ajuda? Para quê? Ajuda dá-se aos saudáveis, os maluquinhos levam pontapés. Foder a cabeça a uma pessoa saudável é um desafio demasiado grande, vamos antes foder a cabeça a uma maluquinha.
Não és a primeira nem a última pessoa a foder-me o juízo. A rapar-me a cabeça, rasgar-me as roupas e arrastar-me na praça publica mas... tão rápido?!? Começo a pensar se não teria sido melhor mentir-te... mentir-vos... "Dás trabalho? És complicada? Levas uns pontapés na cabeça para teres mais juízo." Deve ser a lógica. Não é à toa que eu por várias vezes que quase me passei. Talvez esta seja de vez.
Eu quis dizer-te "amo-te", eu quis gritar o teu nome ao vento. Eu quis fazer tanta coisa ao teu lado que não cheguei a fazer e por este andar não vou fazer nunca.
Juro que quando olhei para ti, há uma semana atrás eu pensei: "É aquele, é ele!"
Quero chorar!
Quero tanto chorar!
Dói tanto no peito onde nunca tocaste.
Não quero não pensar que me mandaste à merda por eu ser gorda, feia, por estar sempre séria e calada, por ter sempre um cigarro entre os lábios mas é mesmo o que eu sinto.
Apetece-me cortar os sacos lacrimais para ver se tenho alguma coisa lá dentro. Apetece-me cortar os pulsos para ver se me corre nas veias sangue ou dor. Se ainda tenho vida dentro de mim ou se é só podridão. As minhas lágrimas secaram quando ainda tinha alegria na minha vida. Quando pensei que a minha vida ainda tinha solução.
Queria correr até ti e implorar-te de volta. Dizer-te que me vou curar. Que vamos ficar bem os dois. Mas tenho demasiada raiva de ti. Irrita-me demasiado o facto de teres querido uma pessoa que te ajudasse sem tu ajudares. Além disso tenho medo de não cumprir a minha palavra.
Odeio-me! Odeio-me por mais uma vez as minhas doenças terem acabado uma coisa boa na minha vida. E isto era uma coisa MUITO boa!
Dói demais! Dói tanto que chega a ser dor física! Dói no fundo do peito. Sinto que o meu coração vai implodir. Quero morrer mas não tenho força para o fazer pelas minhas próprias mãos. Apetece-me deitar na cama, deitar a cabeça e só me levantar quando não sentir nada por ti. Como se algum dia te esquecesse... Isso nunca vai acontecer. Digam o que disserem, as pessoas que gostei a sério, nunca esqueci. Quero dormir e nunca mais acordar. Quero parar o tempo nos momentos em que te beijei.
Acabou (será que começou?). Restam as (poucas) memórias com que fiquei de uma pessoa (muito) especial que gostei muito - mesmo muito.
Talvez nunca devesse ter abandonado o meu sonho. Pediste-me para não morrer, pediste-me para não ir viver para o Brasil. Valeu de alguma coisa? Alguma das coisas que me disseste foi sentida?
Estou tão cansada de viver... Acho que vou fechar os olhos e dormir um bocado...

26 abril, 2005

"Porque o amor pode surgir de uma longa e bonita amizade ou atingir-nos de repente como uma seta."
Sempre ouvi dizer.
Tenho medo. Mas como podes fazer-me mal se o que sinto por ti é tão puro e sincero? Se sinto que é verdadeiro? Se só quero estar contigo? Se me preocupo tanto contigo? Se sinto que te conheço desde sempre?
Quando te vi, senti que se acendeu um fósforo dentro de mim. Quando estou contigo, sinto que a podridão que normalmente me acompanha, não está lá. Sinto-me feliz, sinto-me calma, sinto-me bem. Como é possível que uma pessoa que mal conheço me faça sentir tão bem?
Deixa-me contar a quantidade de pessoas próximas de mim que pensam seriamente em morrer:
6 contando comigo... conclusão: preciso de amigos normais...
Estava preocupada contigo. Com o meu irmão. Com o anjo que vive do outro lado do oceano e que me visita todas as noites.
Porquê considerar-te uma responsabilidade? Porquê esta necessidade tão forte de falar contigo, de saber como estás? Porque preciso de ti perto de mim? Porquê esta dependência que temos um pelo outro?
Porque me pregas sustos destes?
Como é que te tentas aproximar de uma pessoa unica e exclusivamente para prazer próprio? Como consegues dormir de noite sabendo que para ti as pessoas só tem uma finalidade? Que são objectos?
Metes-me nojo... Nem sei como te considerei um ser humano, como quis que fosses a minha raposa... Nem uma rosa és... As rosas são belas por fora, e tu nem por dentro nem por fora. És abominável, misógino, repugnante.

23 abril, 2005

Wanna live in perfect hell, turn your body into perfect shit to reach an unreachable perfection? Meet Ana.

Vantagens de desvantagens de ir atrás de um sonho:

Vantagens:
· Se correr bem, sou feliz, se correr mal, tiro da ideia a hipótese do SE tivesse corrido bem;
· Trabalho;
· Distraio-me;
· Conheço pessoas novas;
· Mantenho motivação para me manter como estou ou melhor;
· Posso conhecer o homem da minha vida no trabalho ou...
· Gasto energias;
· Terapia ocupacional.

Desvantagens:
· Dou cos cornos na parede;
· Vou sofrer de certeza;
· Perco tempo de vida a lutar por uma coisa inutil;
· Vou sofrer de certeza;
· Apanho uma grande desilusão;
· Fico desempregada.
· Vou sofrer de certeza.

22 abril, 2005

Angel Song

This is me with another nervous breakdown
My pressure dropped, this body went with it
Memory fails, I'm feeling claustrophobic
I scream my silent pain in this big plain
There's no one here
Tell me who is there now
Who is there with you

I'm taking no calls unless it's her voice
I'm seeing no one unless it's her
I open the mailbox every hour
Maybe I'll hit the postman
I want to hear some love words
But not it that dyslexic voice
No I won't tear apart for you
But I was given no choice

I guess I was trying to keep me alive
But once I was dead there was nothing to do beside
Picking me up and lying me down
Waiting for some angel
To wake me and say to me
"Hello. Don't be scared. I want you to know, you're not dead."

Kiss me, is this a dream?
Should I believe it?
Please promise to me that I'm not going to get hurt this time.

Am I too good for you, am I just paranoid?
Should I clinical ou should I speak louder?
Maybe I should close my eyes for years
And wait for the strongest feeling
Out of all of the feelings
to raise
from
you.

Am I real? Are you real? Is this real? What's real?
Am I real? Are you real? Is this real?

Tell me, what's real?

Por Silence 4

21 abril, 2005

Roads

Oh, can't anybody see,
We've got a war to fight,
Never found our way,
Regardless of what they say.

How can it feel, this wrong,
From this moment,
How can it feel, this wrong.

Storm,
In the morning light,
I feel,
No more can I say,
Frozen to myself.

I got nobody on my side,
And surely that ain't right,
Surely that ain't right.

Oh, can't anybody see,
We've got a war to fight,
Never found our way,
Regardless of what they say.

How can it feel, this wrong,
From this moment,
How can it feel, this wrong.

How can it feel this wrong,
From this moment,
How can it feel, this wrong.

Oh, can't anybody see,
We've got a war to fight,
Never found our way,
Regardless of what they say.

How can it feel, this wrong,
From this moment,
How can it feel, this wrong.

Por Portishead


19 abril, 2005

Ontem mostrei-te coisas que escrevi e fiquei envergonhada por nunca ter escrito nada para ti.
Foste uma das poucas pessoas que realmente amei na vida e estivemos juntos tão pouco tempo. Funcionavamos tão bem como amigos mas tão mal como namorados. Eramos totalmente compatíveis mas tinhas um defeito que não consigo tolerar.
Tinhamos tudo para ser felizes excepto o facto de não o termos sido.

18 abril, 2005

Esta letra é dedicada ao meu melhor amigo Adriano. Brigada por tudo amigão.

Fico Assim Sem Você



Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola. Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim

Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço, namoro sem amasso
Sou eu assim sem você

To louca pra te ver chegar
To louca pra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço, retomar o pedaço
Que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo Porque? Pooooooorque?

Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada, queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo

Adriana Calcanhoto

16 abril, 2005

Barreiro velho

Saio. Encontro retalhos de uma vida social que tive e que tento reanimar nem sei porquê. Como farrapos de nuvens num céu limpo. Obrigo-me a fazer isto semanalmente. Como bicho antissociavel que sou, uma saída nocturna é como estar numa jaula no jardim zoologico ao fim-de-semana, mas sem jaula. Ou como ser a principal atracção de um circo. Sinto que todos me olham. Todos observam os meus movimentos esperando um passo em falso para rir.
Forço sorrisos, pergunto como vão, estou menos tempo com as pessoas que quero estar e que só estou nessas alturas, conto os minutos para chegar a casa, e, no final acabo sempre por rir uma ou outra gargalhada verdadeira.

12 abril, 2005

O mundo é escuro, frio e sombrio. Perigoso, assustador.
Hoje ia a andar na rua e vi um homem. Como estava de costas e era de noite não pude ver como estava vestido mas pude ver que tinha uma coisa na mão e que gritava para um sítio onde não estava nenhuma pessoa. Presumi automaticamente que estivesse alcoolizado. Só quando me aproximei entendi que estava a passear um cão e que levava na mão a trela.
Tive vergonha de mim própria e do que o mundo me tornou. Tive vergonha de sair todos dias à rua com medo do que me possa acontecer. E isto não inclui apenas danos físicos e materiais mas sobretudo morais e emocionais.
Muito antes de isto acontecer mas ainda hoje, vinha a pensar que já não me lembro quando foi a última vez que me senti verdadeiramente feliz. Que eu senti prazer em estar viva.
Se tenho coisas boas na vida? Claro que as tenho. Mas o facto é que já tenho a tristeza entranhada nos poros, já respiro tristeza. Já não sei aproveitar os momentos de felicidade.
Quando me perguntam o que originou isto, de onde é que isto veio, eu não sei responder. No fundo eu acho que fui um pouco como o Fernando Pessoa (não, não é genial :P) tive uma infância triste mas sempre foi melhor que o resto da minha vida e que as minhas perspectivas de futuro.

11 abril, 2005

Eu sinto que és meu irmão, que tenho de te proteger. Mas já me trouxeste tantas alegrias, já me deste tanta força que, no fundo, não sei quem protege quem.

03 abril, 2005

Prende-me a ti. Sê a minha raposa. Porquê perder tempo com coisas que não levam a lado algum?
Tenho medo que te tornes uma rosa.
Todos nós temos espinhos, até as raposas. Tenho medo de descobrir que és uma rosa igual a tantas outras do meu jardim.
Embeleza o meu coração.
Não me piques.
Por favor.

02 abril, 2005

Mais uma vez me deparo com sentimentos, interrogações.
Acho que toda a minha existência se resume a um ponto de interrogação; toda eu, sou um ponto de interrogação: Negra e curvada.
O que sinto por ti? Onde te encontrar quando ando perdida nos devaneios loucos da minha alma louca quando o meu cérebro perdido anda numa noitada fútil e tardia de mais um copo, mais um cigarro, mais um suspiro?
Porque és quem és e sou quem sou neste mundo triste e cinzento, sombrio, frio, retorcido, abominável?
Porque me deito nesta cama todas as noites?
Um penso rápido na alma, preciso de um penso rápido na alma. A minha alma sangra forte e feio, e parece que nada a faz estancar... Nem tu.
Como posso ter saudades de algo que nunca aconteceu?
Acendo um cigarro na tentativa de obter uma resposta.
Outro.
Outro ainda.
E a resposta?
Porque me fazes isto?
Porque me ignoras?
Porque me magoas?
Outro.
Quantos foram já...?

Abro outro maço.
Uma caixa cheia de respostas.
Rodo a pedra do isqueiro.
O belo fumo esvai-se no ar.
Sopro a minha dor e as minhas entranhas.
E a resposta?
Onde está a resposta.

Acho que já encontrei uma.
Não está nos cigarros.
Mas ao menos fumo enquanto a espero.

01 abril, 2005

Morro um pouco a cada segundo,
A cada respiração,
A cada batida de coração.
A cada cigarro que acendo.

Sinto-me inútil.
Sinónimo: Morta.
Quero vomitar a minha alma.
Quero que saia tudo o que tenho cá dentro.
O mundo pesa toneladas.
Todo em cima de mim.

Tu não estás aqui.
E acho que é melhor assim.