31 março, 2005

O cinzel do tempo

Olho o espelho
E esta imagem gasta
Será da vista ou das velhas lentes?
Os socos que o cinzel
Do tempo gravou
Na face e história
Da minha vida

Percorro nas velhas marcas a memória
Das encruzilhadas
Com maos que não podem ser minhas
Velhas raizes que apontam p'ró céu

Caiem-me os anéis dos dedos
E já não lhes reconheço o som
Da minha memória oxidada
O gosto é
Esquecimento

O percurso do velho rio
Manchou de ferrugem
E lágrimas as grades da minha sede
Onde já nenhuma
Chave entra
O por do sol
Chegou por fim
Eu anseio pelo desfecho
Por apagar a vela
Por me oferecer
À terra

Música de Dwelling. Espero que gostem.

30 março, 2005

To love or not to love?

Uma amiga minha disse:
"I know the truth... There's no reason to love..."
Eu não diria melhor.

27 março, 2005

Anjo

Sinto quando chegas de noite e me beijas a pele.
Sinto quando me aconchegas a roupa para não ter frio.
E me sopras palavras no ouvido,
Sinto também quando partes mal amanhece
Nunca te toco, nunca te vejo, nunca te beijo.
Nunca cheguei sequer a saber se não passas de um sonho
Ou se és um anjo
Que vem todas as noites à terra cuidar de mim.

26 março, 2005

Bela adormecida

O meu principe não usa armadura brilhante nem espada reluzente,
Não luta contra dragões.
Acho até que ele nunca lutaria por mim.
Mas que fazer? O coração comanda.
Quero fechar os olhos e dormir 500 anos.
E só os abrir quando os teus lábios tocarem nos meus.