Acho que vou fazer uma saia ou umas calças com um alvo no traseiro. Que pontuação achas que deve ter no centro? Quanto de soube dar-me um pontapé? Soube bem... Deve ter sabido mesmo bem... Deve ter sabido mesmo bem virar as costas a uma pessoa que precisa de ajuda. Pensei mesmo que eras diferente. Criticavas as pessoas que se afastavam dos malucos/diferentes e fizeste o mesmo. Fodam a cabeça da maluquinha, virem-lhe as costas, deem-lhe pontapés na cabeça. Ela gosta, ela precisa... Ajuda? Para quê? Ajuda dá-se aos saudáveis, os maluquinhos levam pontapés. Foder a cabeça a uma pessoa saudável é um desafio demasiado grande, vamos antes foder a cabeça a uma maluquinha.
Não és a primeira nem a última pessoa a foder-me o juízo. A rapar-me a cabeça, rasgar-me as roupas e arrastar-me na praça publica mas... tão rápido?!? Começo a pensar se não teria sido melhor mentir-te... mentir-vos... "Dás trabalho? És complicada? Levas uns pontapés na cabeça para teres mais juízo." Deve ser a lógica. Não é à toa que eu por várias vezes que quase me passei. Talvez esta seja de vez.
Eu quis dizer-te "amo-te", eu quis gritar o teu nome ao vento. Eu quis fazer tanta coisa ao teu lado que não cheguei a fazer e por este andar não vou fazer nunca.
Juro que quando olhei para ti, há uma semana atrás eu pensei: "É aquele, é ele!"
Quero chorar!
Quero tanto chorar!
Dói tanto no peito onde nunca tocaste.
Não quero não pensar que me mandaste à merda por eu ser gorda, feia, por estar sempre séria e calada, por ter sempre um cigarro entre os lábios mas é mesmo o que eu sinto.
Apetece-me cortar os sacos lacrimais para ver se tenho alguma coisa lá dentro. Apetece-me cortar os pulsos para ver se me corre nas veias sangue ou dor. Se ainda tenho vida dentro de mim ou se é só podridão. As minhas lágrimas secaram quando ainda tinha alegria na minha vida. Quando pensei que a minha vida ainda tinha solução.
Queria correr até ti e implorar-te de volta. Dizer-te que me vou curar. Que vamos ficar bem os dois. Mas tenho demasiada raiva de ti. Irrita-me demasiado o facto de teres querido uma pessoa que te ajudasse sem tu ajudares. Além disso tenho medo de não cumprir a minha palavra.
Odeio-me! Odeio-me por mais uma vez as minhas doenças terem acabado uma coisa boa na minha vida. E isto era uma coisa MUITO boa!
Dói demais! Dói tanto que chega a ser dor física! Dói no fundo do peito. Sinto que o meu coração vai implodir. Quero morrer mas não tenho força para o fazer pelas minhas próprias mãos. Apetece-me deitar na cama, deitar a cabeça e só me levantar quando não sentir nada por ti. Como se algum dia te esquecesse... Isso nunca vai acontecer. Digam o que disserem, as pessoas que gostei a sério, nunca esqueci. Quero dormir e nunca mais acordar. Quero parar o tempo nos momentos em que te beijei.
Acabou (será que começou?). Restam as (poucas) memórias com que fiquei de uma pessoa (muito) especial que gostei muito - mesmo muito.
Talvez nunca devesse ter abandonado o meu sonho. Pediste-me para não morrer, pediste-me para não ir viver para o Brasil. Valeu de alguma coisa? Alguma das coisas que me disseste foi sentida?
Estou tão cansada de viver... Acho que vou fechar os olhos e dormir um bocado...